quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Mais uns que racharam

Tal como já tinha dito aqui, quando os pés de barro das personagemzinhas racham, demonstram que afinal só traziam fumo na sua pretensão e nas afamadas feitorias.
Aguardei pacientemente para ver rachar mais uns. E vejo agora o choro falso de quem tem de manter a figura.
Porque não há verdade nas pessoas? Porque não encontramos amiúde, pessoas de verdade? Porque não se assume a nossa verdadeira dimensão?
Também me escondo nesta cozinha, dirão os meus escassos leitores, mas por contrariar a vaidade dos meus feitos.É também assim que a Humanidade me encanta, pelos seus mistérios.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Ir. Simplesmente.


Sempre em corrida elegante pelos dias que se apresentam, vou no meu majestoso cavalo chamado Orgulho. Não soberba, desenganem-se, mas Orgulho de não cair.
Os que atiram contra mim que aguentem.

Agenda inútil

Tenho na agenda fazer tantas coisas. Acabo por não conseguir, mas entre grelhados e frituras, a minha mente deambula em outras tantas coisas.
Acho que nasci com um problema grave: imaginação em demasia.
Não que viva noutro mundo ou longe da realidade, mas creio sempre que tenho mais possibilidades para dissecar.

Por isso de nada me adianta uma agenda ou um menu para seguir. nem uma lista de compras. Sou a indisciplina em pessoa.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

um minuto

Por cada minuto vivido, houve tantos outros expirados. Num segundo, o mais audaz do meu ser foi tomado como a terrível vivência de não ser mortal. O facto de ser um ser pouco comum, deixou um rasto avassalador na minha consciência, dito em palavras frias e ternas.
A admirável diferença era, então, o que me acercava do abismo. Aquele abismo onde, ao olharmos para trás, percebemos que estamos sós. Uma clausura vítrea onde olhamos o exterior sem sermos alcançados.
Eternamente neste devir de inquietude que nos impõem, explicamos o nosso estar e, num cansaço limítrofe damos o ultimo e sôfrego suspiro de alento. Como um grito de socorro e ao mesmo tempo de auxilio. Porque nunca, nem por um momento, deixamos de servir.
E nesse devir paradoxal, ficamos manietados pela quietude do desprezo e da distancia.
assim percebemos que não fomos ninguém, porque não somos mortais.

Nós, os diferentes.

Alguém compreenderá? Quem compreende, admira. Quem admira, recusa.
Sempre só e errante vai a diferença.
E a diferença reside no sempre acreditar, e alimenta-se na persistência. Acredito ainda que há um minuto, em que o desejar é tão forte, que todo o universo roda noutra direcção. Algo ficará para trás, algo se perderá, e haverá sempre um sabor que não sucumbiu ao paladar.
Haverá sempre um desejo por realizar. Esse fugaz equilíbrio salva-nos da insanidade.

Por cada minuto vivido, houve tantos outros expirados.